quinta-feira, 30 de abril de 2009

De Periféricos e Continentais

            Quem beneficia do tandem Sarkozy-Zapatero? Decididamente a Espanha.

            Quem sai prejudicado? De modo inversamente proporcional, Portugal.


            Desde o século XIV que Portugal mantém uma aliança formal com o RU. Esta aliança surgiu no contexto da Guerra dos Cem Anos, quando a Inglaterra pretendia apoderar-se do trono Francês.

            A aliança baseou-se num equilíbrio de forças regional. A França mantinha laços com a casa de Castela e Leão e Inglaterra com Portugal.

            Depois da unificação da Espanha, a situação mudou e as relações entre a França e a Espanha arrefeceram e passaram a rivalidade. Depois da Guerra de Sucessão de Espanha os nuestros hermanos têm vivido relativamente sob a alçada de Paris.

            O que é que esta nova cooperação estratégica entre Madrid e Paris significa? Ela significa uma parceria de iguais.

 

            Portugal sai prejudicado porque teria interesse em ter um aliado para contrabalançar Espanha – o RU já não está interessado e Washington não sabe que Portugal existe.

 

            Há também uma sintonia entre Portugal e França muito especial. Para além das excelentes relações entre Paris e Brasília – que a serem reproduzidas por Lisboa poderiam optimizar a coerência da CPLP enquanto espaço geopolítico – Paris e Lisboa partilham uma tradição linguística latina, são ambos estados-nação unitários de vocação atlântica e simultaneamente mediterrânica, com um passado colonial em quase todos os continentes do mundo e ambos com uma descolonização difícil; são duas repúblicas católicas regicidas com heranças quase milenares e de tradição patriarcal.

 

            Uma aliança ou parceria Luso-Francesa teria tudo para ser sólida e mutuamente útil.

            Para todos os países que possuem diferendos ou rivalidades com Espanha, Portugal tem a vantagem única de poder oferecer a impossibilidade de junção entre as frotas Espanholas do Mediterrâneo e do Atlântico.


            Infelizmente a “política externa” Portuguesa está mais concentrada na “Europa” do que nos reais e objectivos interesses Portugueses.

3 comentários:

  1. A aliança do Reino Unido com Portugal existe a muito seculos, mas os interesses dos britanicos sempre estao em primeiro lugar, pois a politica deles sempre foram e sera do imperio em primeiro lugar.

    Mas uma boa oportunidade foi perdida com essa parceria que a Espanha soube aproveitar e que assim ira tirar seus proveitos.

    Mas no fim disso tudo o que Portugal esta previlegiando em materia de Europa? Quais naçoes esta sendo dado uma enfase maior?

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  2. É uma boa questão Edilson.

    Portugal mantém boas relações sobretudo com os países da Europa ocidental.

    No entanto, parcerias estratégicas só com o RU e a Espanha.

    Como já foi dito o RU nunca encarou essa parceria como um acordo entre iguais e a relação com a Espanha é uma obrigação incontornável.

    Como já defendemos aqui no blog, Portugal não parece ter uma política externa, apenas diplomacia.

    É por isso difícil definir quem são os seus parceiros estratégicos na Europa.

    Uma questao mais fácil de responder seria, quem estes deveriam ser...

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  3. Somente diplomacia nao enche os cofres do estado e nem gera empregos pra populaçao portuguesa.

    Acredito que hoje temos que olhar alem do continente europeu tbm, firmar acordos de cooperaçao com paises de outros continentes. Somos uma porta de entrada pro continente europeu, e devemos aproveitar essa oportunidade. Mas acordos justos e nao so pra encher nossa economia com produtos abaixo de custo e que sufocam a industria nacional. Devemos receber produtos de fora, mas em contrapartida nossos produtos devem ser direcionados a esses mercados tbm.

    Agora em materia de paises europeus e que deveriam ser nossos parceiros estrategicos, tirando a França, que como foi dito, perdemos uma boa oportunidade,nao sei dizer de momento qual deveria ser, mas eu aposto mesmo no mercado de fora ainda.

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